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  • Foto do escritorGabriela Garcia

Coronavac fez anúncio “o gato subiu no telhado”

Atualizado: 19 de fev. de 2021

A vacina chegou, vou tomar e só tenho a agradecer por isso. Mas o Instituto Butantã, no momento de anunciar a vacina, usou uma técnica mais furada do que meia velha: a do “gato subiu no telhado”. Primeiro demorou a se comunicar, depois sonegou a informação completa, em seguida, fatiou os dados, por fim, mudou a mensagem principal a cerca da eficácia.


O que você faz quando tem uma notícia difícil ou “não tão positiva” para dar? Conta tudo de uma vez? Fatia os problemas em várias etapas? Doura a pílula? Dizer “não tão positiva”, aliás, é bem negativo em uma comunicação que se preze.


A essa altura do campeonato, com Brumadinho nas costas, Ninho do Urubu na memória, George Floyd e Beto no coração, já deu pra entender que tudo o que acontece aqui e do outro lado do mundo espalha-se mais do que poeira ao vento. Não só. Há uma consciência crítica muito mais aguda, que vigia e grita alto em nome de causas humanitárias, sociais e ambientais (ainda bem).


Quando o Instituto Butantã anuncia que a Coronavac tem 78% de eficácia num dia e, no outro, reduz o índice para 50%, desrespeita a inteligência das pessoas e trinca sua preciosa credibilidade. Em uma pandemia de vírus, de negacionismo e de fake news não se faz jogo de palavras. Ou melhor, jogo de palavras não se faz nunca quando o assunto é sério.


Haja o que houver, meias verdades, omissões e ambivalências só servem para preservar cardíacos em situações específicas e para plantar a semente da desconfiança. Toda mentira será desnudada -- antes do Google já era assim, imagine hoje.


O que sobra depois da mentira, da manipulação ou do engano ingênuo na hora de se comunicar é uma rachadura num cristal que jamais poderia ter nem um cisco de pó. Esse cristal chama-se confiança e ele é construído com verdades, clareza e empatia. Coloque seu cristal em lugar seguro.


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